Com a expansão da mobilidade elétrica em todo o mundo, eletropostos e até carregadores de carros elétricos nas casas são cada vez mais comuns. Essa tendência pode ser explicada por diversos fatores, como o menor custo de abastecimento de um carro elétrico em comparação com carros a combustão.

Além dos benefícios individuais, os veículos elétricos geram também diversas melhorias para as sociedades, com redução na emissão de gases poluentes e, consequentemente, também diminuição de problemas de saúde em toda a população. 

Pensando em vantagens como essas, diversos países oferecem leis de incentivos para aqueles que pensam em trocar seu carro convencional por um modelo mais sustentável e barato, como o carro elétrico.

Europa, Estados Unidos e alguns países asiáticos estão entre os mais avançados atualmente quando se pensa em eletromobilidade.

Conheça aqui a diferença entre carro elétrico, híbrido e híbrido plug-in.

A União Europeia, por exemplo, bateu recorde nas vendas de carros elétricos em 2022. Na região, entre os carros novos, 12,1% eram de bateria elétrica. Segundo o relatório EV Charging Index, os países mais preparados em termos de mobilidade elétrica, benefícios e incentivos na infraestrutura são Noruega, Holanda, Reino Unido e Áustria. 

Já os Estados Unidos apresentam crescimento no mercado, mesmo com redução de incentivos fiscais. Na Ásia, a China é a principal força no mercado eletrificado, que cresceu com a oferta de subsídios às montadoras, seguida do Japão e Coreia do Sul. 

Conheça, abaixo, algumas medidas já tomadas internacionalmente para incentivar a compra de carros eletrificados (BEVs, PHEVs e HEVs)

O país escandinavo lidera a lista de bons exemplos na mobilidade elétrica, com um recorde de quase 4 carros elétricos em cada 5 da frota em 2022, segundo dados da Federação Norueguesa de Estradas (OFV). A montadora americana Tesla é a mais presente nesse cenário, com 79% do total de vendas de carros elétricos do ano. 

O sucesso da Noruega se deve a um dos atrativos que mais fazem a população investir na mobilidade elétrica: a isenção de imposto sobre a venda na compra de carros com bateria elétrica (aplicada às primeiras 500 mil coroas norueguesas), além de taxas mais baixas para pedágios. Já sobre carregadoresde carro elétrico, os apoios locais variam de 5.000 a 10.000 coroas.

Já o governo holandês oferece um subsídio de 2.000 a 3.350 euros dependendo do estado do carro, além de taxa zero ou reduzida para registro de veículos nos carros sem emissão de CO2. Assim como na Noruega, o pedágio para carros híbridos é menor e isento para carros de zero emissão de gases.

Pontos de carregamento são cedidos aos municípios sob algumas circunstâncias, havendo o incentivo de melhorarem a infraestrutura e deixarem os preços mais transparentes e acessíveis aos consumidores.

Os britânicos, que antes possuíam um grande benefício, agora estão restritos a um subsídio de 2.500 euros para carros elétricos com custo menor de 35.000 euros. Outros incentivos fiscais, porém, ainda estão mantidos:  o país, por exemplo, retirou o pagamento do imposto de registros e o imposto sobre a propriedade.

O país localizado no centro da Europa tem incentivos semelhantes aos da Holanda: a taxa de registro é calculada pela emissão de CO2 do veículo — portanto, um carro com bateria elétrica não pagará o imposto ou, se for um carro híbrido, terá tributos reduzidos. 

O governo também oferece um subsídio de até 12500 euros para veículos totalmente elétricos e 2500 euros para automóveis híbridos. A infraestrutura de eletropostos também é incentivada por subsídios, com os valores variando dependendo da acessibilidade e tipo de contratação.

Enquanto isso, o governo alemão vai por uma abordagem diferente, oferecendo subsídio de acordo com o valor do carro e seu modelo, além de destinar de 100 milhões a 200 milhões em eletropostos. Vagas de estacionamento de graça, lugares reservados e a utilização da via para ônibus são outros dos incentivos adotados na Alemanha. 

O mercado alemão teve papel importante no número total de carros elétricos vendidos na União Europeia em 2022, acelerando o fechamento do ano.

Após Califórnia e Nova York decidirem proibir a venda de carros novos a combustão em 12 anos,  o governo americano também instituiu a Lei de Redução da Inflação, que concede crédito fiscal a compradores de carros elétricos. 

Outros incentivos fiscais no país incluem subsídios governamentais que vão até US$7.500, mas que ainda serão reduzidos segundo o Departamento do Tesouro do país. 

Outra medida que vai na contramão da mobilidade elétrica foi tomada pelo estado de Wyoming, grande produtor de petróleo, que quer impedir a venda de carros elétricos. 

Em meio a incentivos e decisões contrárias à expansão da frota de veículos elétricos, a quantidade de automóveis com baterias elétricas não para de crescer em ritmo acelerado nos Estados Unidos.

Nos primeiros três meses de 2023 houve aumento para 32% de presença de carros elétricos nas compras de veículos usados. E a expectativa é ainda maior, com a meta de mais de 1 milhão de novas unidades no país neste ano, segundo a Cox Automotive. 

A Tesla continua liderando as vendas de carros elétricos nos EUA, mas a surpresa foi a General Motors, que voltou ao segundo lugar do ranking, substituindo a Ford.

A China possui uma forte presença no mercado dos veículos eletrificados, responsável por 60% das vendas globais em 2022, de acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM). Nesse mesmo ano, o país instalou 1,8 milhão de carregadores públicos. 

Com metas de emissão zero de gases do efeito estufa definidas para até 2060, a China possuía fortes incentivos para a eletromobilidade, principalmente para os fabricantes que, em sua maior parte, eram empresas locais. 

Em dezembro de 2022, porém, os subsídios foram cortados e a redução do imposto de compra encerrado, permanecendo apenas aqueles mais ligados ao consumidor final, como estacionamento mais barato e carga de impostos reduzida na comparação com modelos tradicionais. 

Já as empresas japonesas, como Toyota e Honda, estão perdendo espaço no mercado de automóveis eletrificados, no qual uma vez já foram pioneiras. Com foco nos modelos híbridos que representam 44% dos novos carros vendidos no Japão em 2021, o país não possui incentivos como na União Europeia e na China. 

Uma das poucas propostas datada em 2020, é o subsídio governamental de até 2,25 milhões de ienes por veículo, mas não se sabe ao certo se pode chegar a esse valor. Uma das condições para receber a ajuda é a utilização de apenas energias renováveis para carregar o carro.

As iniciativas partem também das montadoras, que apostam no potencial da expansão da frota elétrica. No ano de 2021, a Toyota destinou 8 trilhões de ienes para eletrificar seus carros até 2030, com metade do valor exclusivamente voltado aos veículos elétricos a bateria. 

A Hyundai Motor Group é a maior montadora da Coreia do Sul e está investindo pesado na eletrificação, a qual planejou destinar US$ 16,5 bilhões em veículos elétricos no ano de 2022. A sua curva de crescimento se assemelha aos países que hoje são referência, como Noruega, China e Estados Unidos. 

Não é novidade que o governo sul-coreano pensa em estratégias para diminuir a poluição do ar e promover a mobilidade verde. Em 2020, a Coreia do Sul lançou a campanha “Sem Diesel”, propondo que os carros utilizados no setor público fossem substituídos por elétricos até 2025. 

Desde 2016, a Coreia do Sul possui vários programas de incentivo à compra de veículos elétricos, entre eles o auxílio médio de 20 milhões de Wones, carregador gratuito e custos de estacionamento reduzidos.